sábado, 4 de julho de 2009

Estranha felicidade

É preciso um corte
me corte
assimétrico
me pare
ainda nao foi o suficiente castrado?
Há sempre um Pai a espreita
sobretudo numa mulher inexistente
mulher desejada
homem desejante
o olhar
o totem
incestuoso
prazeroso
quer possuir o todo
somos todos irmaos filhos pais e maes
a imagem é um duplo
aproximado
O Outro
só há o Outro?
você é um Outro
e também um EU
a moral estragou tudo
a moral é um momento
que tarda ou se apressa em passar
ela anda sempre com uma foice na mão
ainda bem que perdi minha cabeça há muito tempo
e meus pés
foices, cabeças e pés.....
pés cortados
cabeças cortadas
moral com a foice
e todos riem
seria uma moral dizer que a moral não é boa
entao especifico, moral cristã-platonica
a serpente que come o rabo, o rabo que come a serpente
Deus está morto
Nasce outro
Zaratustra vive e revive
Sempre procuramos abrigo
do pai com a foice
o pai é o protetor
por isso o criamos
por isso Deus é criado
talvez
é o jazz de mondrian
onde há palavra há deus
dados ao acaso
onde há palavras, deus , pai, há funções
há nomes
boiar é melhor que remar
os nomes do pai
todos os nomes do pai
à todas as coisas?
a resposta é a morte da pergunta
prefiro as perguntas
e a improvisação
a brincadeira
e o som
a noite
dissonante......e suave
freqüências
vou........nestas ondas
sem
o que diferencia o agudo do grave ?
o que diferencia o escuro do claro?
a velocidade?
a percepção?
estou desaparecendo
se andássemos na velocidade da luz, não existiríamos
o inconcebível existe em mim
sem
o tolo existe em mim
sempre rindo
antes o idiota
nao esqueça do ridiculo
um tango descompassado À celebrá-lo
ninguém entende a sua língua
ele fala perfeitamente audível
mil vozes
pq são línguas dionisíacas
movidas À vinho e sangue
as entranhas sabem o q dizem
irônico não?
vou-me
é hora
agora, a melhor hora
sempre